quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

TIPOLOGIA DO DINHEIRO – DIFERENTE

Em alguns dinheiros novos, alguns pormenores tipológicos chamam a atenção, não se sabendo ainda qual a sua função, ou se correspondem a defeitos de cunho. Já vimos isso a propósito da cruz que apresenta, em alguns casos, pequenas curvaturas ou pequenas cunhas. Contrariamente aos restantes dinheiros, surge por vezes nos exemplares de D. Fernando I um pequeno anelete (ou ponto, ou arruela) sobre a quina central. Desconhece-se o significado de tal diferente. Alguns autores sugerem que poderá ter sido utilizado para distinguir diferentes emissões da mesma moeda.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

TIPOLOGIA DO DINHEIRO - A LEGENDA

Desde D. Afonso I até D. Afonso III, todos os dinheiros possuem legenda continuada: nome do rei no anverso, sob diversas formas, nome do reino no reverso. Eis alguns exemplos destes reinados ( há muitas variantes):

D. Afonso I

ALFONSVS / REX PORTVGA
AFONSVS / PORTVGA
REX ALFOS / PORTVGA
ALFOS REX / PORTVGA
REX POR (TV) / ALFONSVS
PORTVG / REX ALFOS
PORTVG / ANFOS REX

D. Sancho I

PORTVG / REX SANCI
REX SANCIVS / PORTVGAL
PORTVGALI / REX SANCIV
PORTVGALIS / REX SANCIO
PORTUGALE / REX SANCIV
PORTVGALIE / REX SVNCIO

D. Afonso II

PORTVGAL / REX AFONSV
PORTVGAL / REX AFOS
PORTVGALIE / REX ALFOSV
REX AFOSO / PORTVGAL

D. Sancho II

REX SANCIV / PORTVGAL
REX SANCIVS / PORTVGAL
SANCI REX / PORTVGAL
SANCII REX / PORTVGAL
SANCIII REX / PORTVGAL

Não obstante intitular-se Rei de Portugal e dos Algarves quando do segundo lavramento da sua moeda (1270), os dinheiros de D. Afonso III mantêm a estrutura legendária dos reinados antecedentes. Eis alguns exemplos:

ALFONSVS REX / PORTVGAL
ALFONSV RX / PORTVGAL
ALFONSV REX / PORTVGAL
ALFONS REX / PORTVGAL


De notar que o nome PORTVGAL, tal como no reinado anterior, enquadra os escudetes a duas letras: PO/RT/VG/AL. Embora haja por vezes dificuldade em determinar qual o sinal de abertura ou de encerramento inscrito, a ordem normal é exactamente PO/RT/VG/AL. Há, no entanto, exemplo de outras ordens: AL/PO/RT/VG, VG/AL/PO/RT.

A partir de D. Dinis, a indicação do nome do rei é feita por uma inicial simples, com algumas excepções em D. Afonso IV. A referência ao Algarve é feita no reverso sob a forma ALGARBII. Alguns exemplos:

D. Dinis I
D: REX PORTVGL / AL GA RB II
D REX PORTVGL / GA RB II AL

D. Afonso IV

:A:REX:PORTVGL / AL GA RB II
ALF REX PORTVGL / GA RB II AL

D. Pedro I

:P REX PORTVGL / AL GA RB II
P.REX PORTVGL / RB II AL GA

D. Fernando I

F:REX:PORTVGL / AL GA RB II
F:REX:PORTVGALI / AL GA RB II

Algumas observações finais:

Um - Os dinheiros de D. Afonso III distinguem-se facilmente dos dinheiros de D. Afonso IV. Num, o nome do rei surge completo ( ALFONSVS); noutro, aparece abreviado ( ou :A, ou ALF).

Dois - Os dinheiros de D. Dinis I e os de D. Pedro I confundem-se muitas vezes. A diferença entre o D e o P, iniciais dos reis, é por vezes quase nula, ou muito difícil de identificar (ver esboço de Laulo Baptista, abaixo). Em geral, o D de D. Dinis coincide com o braço da cruz. O P de D. Pedro surge em geral ligeiramente deslocado à esquerda ou à direita do braço da cruz.

Três - Os dinheiros mais “construídos” são, sem dúvida, os de D. Fernando. A presença sistemática de um sinal de abertura na legenda (cruz) e de sinais separadores ( aneletes), facilita a leitura.

Quando da classificação, serão consideradas todas as variantes da legenda.


Adenda:

No Fórum de Numismática, Laulo Baptista esboça, da seguinte forma, para além do formato das cruzes, a diferença entre o D de D. Dinis e o P de D. Pedro:


segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

TIPOLOGIA DO DINHEIRO – ESCUDETE E BESANTES

O escudo surge pela primeira vez, em dinheiros, no anverso de alguns exemplares de Afonso II. Na numária de D. Sancho II, o escudo e os escudetes exercem função distintiva, a par da cruz e dos símbolos cantonantes: escudo isolado com três ou cinco besantes, dispostos sob formas variadas; dois, quatro ou cinco escudetes (estes em cruz, com um besante por vezes rodeados por pontos).
A partir de Afonso III, os dinheiros novos adquirem uma nova estrutura, mantendo-se mais ou menos iguais até D. Fernando. Com Afonso III, de acordo com Ferro (1978:94):
a) Os escudetes surgem no reverso da moeda e sempre em número de cinco e em cruz. A sua disposição manter-se-á inalterável até D. João II, altura em que os escudetes laterais abandonarão a sua posição deitada.
b) Os escudetes encontram-se carregados de besantes em número e disposição variável, começando a ver-se em alguns deles a sua colocação em aspa ou sautor ou cruz de Santo André (><).
c) As quinas cortam a legenda do reverso: PO-RT-VG-AL.
d) Esta apresenta-se como complemento da do anverso, perfazendo a intitulação deste monarca: ALFONSVS REX PORTVGALIAE. Exceptua-se uma espécie em que o titulo se apresenta: AFONSVS REX ALGARBII. Com D. Dinis, assiste-se à fixação dos besantes em cinco e dispostos em aspa (há raríssimas excepções a partir daí). A presente estrutura mantém-se até D. Fernando, cujos escudetes tendem a ter todos os lados iguais.
Os besantes
Por Mário Carvalho, in Fórum de Numismática

Os besantes podem ter alguma utilidade para datar moedas dos últimos reinados da I Dinastia, pois desde D. Afonso IV a D. Fernando que o número e a disposição parece fixar-se (cinco em aspa). Mas isso é bastante relativo, pois existem exemplares de D. Afonso III com a disposição em aspa, enquanto existem exemplares de D. Dinis com disposição irregular. Antes de D. Afonso III os besantes, quando existem, têm uma disposição caótica, que poderá ir de apenas um até cinco, dispostos em cruz ou até em T. Em cima podemos apreciar um pouco a disposição dos besantes (ou a sua ausência) em dinheiros do início do século XIII até finais do século XIV.
Nos primeiros três exemplares, vemos que nem sequer existem besantes, estando os escudetes vazios. Nos exemplares 4 e 5 (Afonso III) os besantes são cinco, mas dispostos em cruz; penso que seja a disposição mais comum em moedas deste monarca. O número 6 apresenta uma cunhagem muito deficiente, mas julgo que o número e a disposição dos besantes deveria ser como os anteriores. O dinheiro número 7, de D. Dinis, é interessante, pois apresenta já os besantes alinhados em aspa, o que ainda não é muito comum neste monarca. Nos números 8 e 9 (D. Pedro e D. Fernando) a tendência é já para a disposição clássica, nota-se até já uma grande modernidade nas quinas e besantes do dinheiro de D. Fernando.

domingo, 17 de dezembro de 2006

TIPOLOGIA DO DINHEIRO

Elementos cantonantes da cruz

A – De Afonso I a Afonso II

Os dinheiros de Afonso Henriques, Sancho I e Afonso II possuem características próprias que os tornam facilmente reconhecíveis ( há, no entanto, alguma discussão sobre a atribuição de alguns exemplares). Na medida em que há poucos exemplares conhecidos, a sua classificação faz-se caso a caso, nalgumas circunstâncias por exclusão de hipóteses.

B – Sancho II

A cruz dos dinheiros de D. Sancho II, atravessando a legenda, é de dois tipos:

1º TIPO – cruz lisa
2º TIPO – cruz recruzetada
Cada cruz é cantonada por símbolos que variam e que permitem uma subcategorização:

1º Tipo
1ª Variante
2ª Variante


2º Tipo
1ª Variante
2ª Variante


Há, ainda, a possibilidade de cada variante ser por sua vez subcategorizada:

1ª Variante
1ª Subvariante
2ª Subvariante


Finalmente, características muito específicas da moeda ( legenda, diferente caracterização de algum elemento…) podem permitir uma variante de terceiro nível. Esta variante será considerada num tópico de observações.


A Fig 4 mostra-nos, do primeiro para o 4º quadrante, a variante CEEC (Crescente, Estrela, Estrela, Crescente). As variantes de cantonamento conhecidas de D. Sancho II são as seguintes ( E=Estrela; P=Ponto; K=Cravo; C= Crescente; os traços correspondem a quadrante vazio):

__________________

1º TIPO - Cruz lisa:

EPPE
PEEP
PPPP
-KK-
K--K
-P--
---P
--P-
p---
----
CCCC
__________________

2º Tipo - Cruz recruzetada

EPPE
PEEP
PPPP
----
-PP-

__________________


C – De Afonso III a D. Fernando.

A cruz cantonada e os símbolos usados são características comuns a todos os reis do intervalo considerado. De acordo com Marques, estão identificadas as seguintes 40 possibilidades:

Uma classificação inicial a partir da cruz e dos elementos que a cantonam é pertinente e pode estabelecer-se do seguinte modo:

TIPO GERAL
1º Subtipo: ECCE ( Estrela, Crescente, Crescente, Estrela)
2ª Subtipo: CEEC ( Crescente, Estrela, Estrela, Crescente)
3ª Subtipo: RCCR ( Roseta, Crescente, Crescente, Roseta)



A identificação do rei faz-se prioritariamente pela legenda. Os anversos e os reversos, sob uma multiplicidade de variantes, são os seguintes:

Afonso III – ALFONSVS / PORTVGAL
Dinis – D REX PORTVGL / ALGARBII
Afonso IV – ALF REX PORTVGL / ALGARBII
Pedro I – P REX PORTVGL / ALGARBII
Fernando – F REX PORTVGL / ALGARBII

As variantes de legenda serão consideradas. Por exemplo:

TIPO GERAL
1º Subtipo
Legenda A
Legenda B
Legenda C

Os elementos cantonantes de D. Fernando I obedecem, em geral, a uma estrutura com Crescentes e Rosetas (CR).

Finalmente, características muito específicas da moeda ( sinais ocultos, diferente caracterização de algum elemento…) podem permitir uma variante de terceiro nível. Esta variante será considerada num tópico de observações.

Prevêem-se dificuldades na diferenciação de alguns dinheiros de D. Dinis e de D. Pedro. A apresentação e análise sistemática de imagens talvez permita identificar algum elemento diferenciador desconhecido até ao momento, se exceptuarmos a diferença, por vezes não muito evidente dado o desgaste da moeda, entre D e P.

ORIGEM DO DINHEIRO

Por Mário Carvalho

Vamos lá então iniciar os trabalhos, é um estudo que promete muita qualidade e interesse, numismático e histórico. Para começar, julgo ser interessante referir a origem dos dinheiros, que longe de serem exclusivamente portugueses, foram durante séculos (desde o séc. VIII até, em raros casos, ao séc. XVI) uma peça fundamental da numária europeia.Os primeiros dinheiros, que acabaram por lançar o mote para toda a Europa continental, remontam ao reinado de Carlos Magno. São os chamados dinheiros carolíngios. A sua criação e introdução foi uma autêntica revolução monetária, que, desde o Império Romano só teve equivalência, a meu ver, com a introdução do Euro, em 2004. Carlos Magno encetou um novo sistema monometálico que tinha por base a prata. A contagem do dinheiro seguia o sistema duodecimal, o que para nós, que estamos habituados aos sistemas decimais, poderá ser um pouco confuso, mas basta pensar na forma como dividimos o tempo: os anos, os meses, os dias, as horas, os minutos e os segundos, para formatarmos rapidamente o cérebro para uma base duodecimal. Assim, unidade de conta era o soldo, que tinha como referência ponderal a velha libra romana (que na realidade pesava c. de 327 gr., mas a "interpretação" carolíngia é mais pesada, c. de 408 gr.). Desta forma, a libra de prata foi dividida em 20 partes, cada uma delas era o tal soldo, que nunca foi cunhado, mas teria um peso teórico de c. de 20 gr. Cada soldo dividiu-se em 12 partes, sendo cada uma delas a unidade monetária, com um peso teórico de c. de 1,7 gr. Essa unidade monetária é o nosso dinheiro. Originalmente, o dinheiro carolíngio era de boa qualidade, cerca de 957 milésimas de prata fina. A subdivisão do dinheiro, era o óbolo, que entre nós ficou conhecido por mealha, ou meio dinheiro. Resumindo: sistema monetário: monometálico em prata. Referência ponderal: libra romana. Sistema de conta: duodecimal. Unidade de conta: Soldo = 1/20 da Libra. Unidade efectiva: Dinheiro = 12 Soldos = 1/240 da Libra. Posto isto, ainda andamos a divagar pelos anos de 790, mas já começamos a perceber que algo se está a passar na Europa. Uma moedinha nova, muito prática, pois permite fazer tanto as grandes, como as pequenas transações, está a circular e a expandir-se pela cristandade.
Tipologia dos dinheiros carolíngios: como todas as moedas, os dinheiros tinham duas faces: o anverso e o reverso. O reverso é a face mais característica destes primeiros dinheiros e caracterizaram-nos durante séculos, são a face com a cruz, originalmente equilátera, mas posteriormente muito variada. No que concerne aos anversos, os dinheiros carolíngios dividem-se em três grandes grupos:
1 - Epigráficos - significa que o anverso tem uma legenda numa ou várias linhas ocupando todo o campo desta face.
2 - Anagramáticos - como o nome indica, no lugar das linhas de texto, temos um anagrama, ou seja, algumas letras iniciais conjugadas graficamente.
3 - Arquitectónicos - representações de edifícios, muito estilizados, é certo (faço aqui um parêntesis para referir um quarto tipo, ainda usado por Carlos Magno e herdeiros, mas é muito raro, que são os anversos iconográficos, com a efígie do monarca).
Origens etimológicas dos dinheiros e as suas variantes por esta Europa fora:
A raiz etimológica do dinheiro é a palavra latina denarius, nada mais nada menos que a célebre moeda de prata romana, que fez a sua aparição no mundo nos finais do séc. III a.C. Contudo, não devemos confundir o denário romano com o dinheiro medieval, pois pertencem a realidades bem distintas e não existe, embora fosse essa a intenção de Carlos Magno, qualquer linha de continuidade entre uma moeda e outra, visto que os próprios romanos abandonaram o denário, por volta de meados do séc. III d.C. (embora ainda o usassem como moeda de conta) e os povos que se seguiram aos romanos, os chamados bárbaros (Burgúndios, Francos, Ostrogodos, Visigodos, Suevos, Vândalos, etc, etc.) nunca cunharam nada que se parecesse com o denário. As variantes regionais do termo dinheiro são, entre outras, as seguintes: França - Denier; Reinos Peninsulares - Dinero e Dinheiro; Itália - Denaro. Nas ilhas britânicas, surge uma moedinha chamada Penny que é na prática um dinheiro. Resumidamente é isto, todos os dinheiros que sucederam ao Império Carolíngio seguem estas características base, embora com muitas variantes e, naturalmente, com uma redução de teor de prata ao longo dos séculos, até acabarem em cobre, como os dinheiros do Béarn francês do início do séc. XVI.

sábado, 16 de dezembro de 2006

TIPOLOGIA DO DINHEIRO - A CRUZ
A cruz é um elemento estruturante de quase todos os dinheiros, desde Afonso Henriques até D. Fernando.

A maioria dos dinheiros de D. Afonso Henriques possui uma cruz pátea no reverso, cantonada por elementos diversos: ponto, estrela, crescente. Alguns dinheiros deste rei não possuem cruz, mas um pentagrama.
Cruz pátea semelhante surge nos dinheiros de D. Sancho I. Alguns exemplares apresentam uma cruz no centro cantonada por quatro cravos com a parte aguda para dentro.

Em Afonso II surgem-nos dois tipos de cruz, uma interior à orla, semelhante à pátea de Sancho I, e outra cortando a legenda, semelhante às de Sancho II.
As cruzes dos dinheiros de D. Sancho II cortam todas a legenda e são um elemento tipológico fundamental para a classificação. Em geral, as cruzes (cruzetadas) são cantonadas por elementos variados: pontos, estrelas, crescentes e outros.

A partir de Afonso III, as cruzes confundem-se na sua tipologia. Potentadas, cantonadas por elementos diversos (estrelas, crescentes, pontos ou rosetas) são elemento essencial para a classificação dos diversos dinheiros. Marques (1983) esquematizou assim as cruzes dos dinheiros novos:

A cruz a, mais fina do que as restantes, é de D. Fernando, e caracteriza os dinheiros do reinado deste monarca. Enquanto nas outras cruzes os lados se vão abrindo ligeiramente do centro para o topo, nas de D. Fernando os lados desenham-se quase em paralelo. A cruz pátea b é de D. Pedro, de braços grossos e quase sem travessas nos topos. Exceptuando, no entanto, a cruz potentada e distinta de D. Fernando, todas as outras tendem a confundir-se, o que torna a classificação a partir deste elemento tipológico específico quase impossível. A figura mostra as cruzes g, h e i com pequenas saliências, característica de alguns dinheiros de D. Dinis.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Dinheiros velhos vs. dinheiros novos

Até ao reinado de D. Afonso III, o numerário de bolhão português era constituído por dinheiros de leis diversas mas com o mesmo curso legal. Presume-se, portanto, que estava sobrevalorizado; em consequência disso, o custo de vida subia. Estes dinheiros velhos tinham os dias contados.
Afonso III concebeu um saneamento monetário, criando os dinheiros novos em 1260, na tentativa de aproximar o valor intrínseco da moeda ao seu valor legal.
As consequências deste saneamento não são muito claras, mas os dinheiros novos implantaram-se e assumiram papel relevante na numária nacional.
Observação:
Para a organização "didáctica" desta página sobre DINHEIROS, basear-nos-emos em quatro referências fundamentais ( embora estejamos atentos a outras aportações):
Aragão, A.C.Teixeira de ( 1964/2), Descrição Geral e Histórica das Moedas Cunhadas em Nome dos Reis, Regentes e Governadores de Portugal. Livraria Fernando Machado: Porto.
Gomes, Alberto ( 2001), Moedas portuguesas e do território português antes da nacionalidade. Associação Numismática de Portugal: Lisboa.
Ferro, Maria José Pimenta ( 1978), Catálogo de moedas portuguesas do Gabinete de Numismática da Biblioteca Nacional de Lisboa. Biblioteca Nacional de Lisboa: Lisboa.
Marques, Mário José Gomes ( 1983), "Dinheiros Novos". Em Revista de Guimarães. Casa de Sarmento: Guimarães.

DINHEIRO

No seguimento da página CEITIS, organizada pelo Luís Nóbrega, e porque pretendo catalogar rigorosamente os dinheiros que possuo, tenho a intenção de criar uma página, anexa ao metakrítico, sobre a unidade monetária DINHEIRO, desde Afonso Henriques até D. Fernando. Para concretizar tal intenção, vou precisar da colaboração, inestimável, como sempre, dos meus amigos numismatas. Para que todos possam aceder à organização da página, comentar, corrigir ou acrescentar informação, a via privilegiada será o Fórum de Numismática. Agradeço desde já toda a colaboração que me possam dar, nomeadamente em informação bibliográfica sobre DINHEIROS.

A página terá, grosso modo, a seguinte estrutura:

1 . O dinheiro: artigo introdutório
2. Explicitação das tipologias.
2. Tipologia do dinheiro: de Afonso I a Afonso II
3. Tipologia do dinheiro: de Afonso III a D. Fernando
a) Cruz
b) Escudetes
c) Legendas
d) Diferentes
e) Metrologia
e1) Peso e Lei
e2) Módulo
3. Considerações gerais

4. A classificação será feita prioritariamente pelas variantes da morfologia e pela disposição dos elementos que cantonam a cruz. São conhecidas de momento 40 variantes. Há a possibilidade de encontrarmos outras.

O quadro organizativo contemplará ( aproveita-se o quadro de Maria Ferro: Catálogo, 1978):

A – Nº da espécie catalogada
B – Cronologia
C – Classificação
D – Metal
E – Peso (grs)
F – Módulo (mm)
G – Valor nominal
H – Legenda:
H1 – Anverso
H2 – Reverso
I – Tipo:
I1 – Anverso
I2 – Reverso
J – Eixo
L – Casa da Moeda
M – Processo de amoedação
N – Estado de conservação
O – Observações pertinentes

É evidente que este trabalho vai demorar e dependerá da minha disponibilidade de tempo.
Obrigado a todos.

APRESENTAÇÃO

Este é o princípio da página DINHEIRO, dedicada ao estudo da moeda que foi a primeira unidade monetária portuguesa, com curso em Portugal desde o primeiro rei, Afonso Henriques (1128-1185), até D. Fernando (1367-1383), último rei da primeira dinastia. Funcionará doravante como PÁGINA INFORMATIVA, aberta a colaboradores e como BASE DE DADOS pública. Dado o seu carácter didáctico, estabelecerá uma ponte prioritária com o Fórum de Numismática, local onde se discutirão pormenores técnicos susceptíveis de esclarecer pontos menos claros da classificação. Estará também ligada à minha página metakrítico, mais generalista, mas onde se encontram textos, análises ou considerações sobre a numária portuguesa e mundial. Obrigado a todos pela participação e boas aprendizagens.